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Estou sempre cansado(a). Será que tenho a Síndrome da Fadiga Crônica (SFC)?

Atualizado: 9 de dez. de 2019

Um dos diagnósticos mais difíceis em meu consultório é a chamada Síndrome da Fadiga Crônica (SFC) ou Encefalomielite Miálgica (EM) ou Doença Sistêmica de Intolerância ao Esforço (DSIE).


A queixa de fadiga é comum sendo que, no mínimo, 30% dos clientes a referem na listagem de simtomas . A fadiga é uma sensação física desagradável, subjetiva, que leva a dificuldade para realizar atividades físicas ou mentais.  Existem vários tipos de fadiga: a muscular, também chamada de fadiga física, a mental ou fadiga psicológica e a fadiga sensorial (principalmente auditiva e visual). Quando o estado de fadiga se prolonga, ele deve ser levado a sério e, se estes sintomas durarem mais de 6 meses no adulto ou 3 meses na criança, devemos pensar em SFC/EM/DSIE.



A SFC/EM/DSIE se caracteriza pela presença de fadiga incapacitante de início súbito ou gradual e persistente, mal-estar pós-esforço (PEM), sono não revigorante, disfunção cognitiva (dificuldade para raciocinar, para realizar tarefas mentais e principalmente em aprender com novas experiências ou ensinamentos), pensamentos desorganizados, disfunção autonômica, dor muscular, dor nas articulações, dor de cabeça, dor de garganta (faringite) e presença de ínguas doloridas sem gânglios palpáveis presentes. Como esses sintomas também se apresentam em outras doenças é preciso confirmar a ausência delas e, também, que os sintomas não melhoram com sono e/ou repouso.


A dificuldade em se manter de pé por períodos longos, a perda da memória de curto prazo e o comprometimento de concentração como fatores limitantes são sintomas sempre presentes, mas o mal-estar pós-esforço (PEM) é o aspecto mais característico da SFC/EM/DSIE. Ele pode ocorrer mesmo após tarefas simples, como caminhar ou manter uma conversa. Os pacientes com SFC/EM/DSIE muitas vezes ficam limitados a algumas poucas horas de atividades produtivas diariamente; o restante do tempo é passado em repouso.


Para fazermos a confirmação diagnóstica, os sintomas devem ter duração de mais de 6 meses estando presentes em, no mínimo, 50% do tempo do paciente. O relato de infecção pelo vírus Epstein-Barr na adolescência ou a história familiar de SFC/EM/DISE (fatores genéticos) são também fortes indicativos. Diante da suspeita de SFC/EM/DISE devemos procurar um médico especalista. O médico irá aplicar o questionário de sintomas DePaul, solicitar exames de sangue como um hemograma completo, a velocidade de hemossedimentação e a dosagem de proteína C-reativa. Em alguns casos deverá também solicitar ferritina sérica, hemoglobina glicada e o exame toxicológico da urina. Um teste que auxilia na avaliação é o teste ergométrico de 2 dias. Assim, o médico poderá determinar se o paciente de fato se enquadra na Síndrome de Fadiga Crônica.


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